O jovem baiano Davi Brito, 21, é o mais novo milionário brasileiro: campeão da 24ª edição do Big Brother Brasil (BBB), ele leva para casa quase R$ 3 milhões, o maior prêmio já distribuído pelo programa. O suficiente para o até então motorista de aplicativo sustentar um alto padrão de vida, de optar por aplicar tudo em investimentos com foco em renda.
Segundo cálculos de Jonas Carvalho, CEO da Hike Capital, o valor pode render, se aplicado totalmente em produtos financeiros, de R$ 23 mil a quase R$ 50 mil mensais, a depender da estratégia de alocação e da classe de ativos escolhida.
Na renda fixa, o menor retorno seria com as letras de crédito imobiliário (LCI) e do agronegócio (LCA), isentas de Imposto de Renda, que entregariam R$ 23.176 mensais com uma rentabilidade de 0,77%. Na sequência viria o CDB a 100% do CDI, com retorno mensal de R$ 25.635.
Já uma aplicação no Tesouro prefixado de 2027 garantiria rentabilidade mensal de 0,88%, fazendo o prêmio render R$ 26.294 por mês.
Na renda variável, o melhor retorno (considerando o desempenho dos últimos 12 meses) estaria nos fundos imobiliários. Projetando os 1,65% mensais do IFIX para frente, o retorno poderia alcançar R$ 49.375 por mês.
Fonte: Jonas Carvalho, CEO da Hike Capital
Simulação considera condições atuais de mercado, com taxa Selic estável durante todo o período, e projeções de retornos considerando os resultados dos últimos 12 meses
Como investir R$ 3 milhões?
A simulação ajuda a ilustrar as possibilidades de ganho, mas é preciso fazer algumas ponderações. Primeiro, vale lembrar que alguns investimentos descritos acima não têm liquidez mensal, com é o caso de LCIs e LCAs, o que impediria saques recorrentes. Além disso, especialistas recomendam criar uma carteira diversificada, ou seja, não destinar todo o dinheiro para uma única aplicação.
Se a escolha for por renda fixa, Carvalho indica variar entre ativos de liquidez diária até fundos mais complexos. Segundo ele, é possível garantir um retorno de 120% do CDI com uma carteira de renda fixa bem alocada.
Para a renda variável o retorno é ainda mais incerto. Pelo lado negativo, porque sempre podem flutuar para baixo; pelo positivo, porque também podem render dividendos, desconsiderados na simulação. Ainda assim, não é todo FII e, principalmente, toda ação que paga proventos mensais.
“Antes de começar a investir, é preciso determinar a quantidade de renda passiva que deseja gerar com os investimentos em ações de dividendos mensais. Isso ajudará a orientar as escolhas de investimento”, diz Ricardo Schweitzer, analista independente especializado em dividendos.
É preciso também lembrar que rendimento passado não garante ganhos futuros e que, por isso, é preciso selecionar empresas e fundos com potencial de crescimento. “Uma seleção criteriosa de ativos envolve a análise dos lucros, receitas, dívidas, fluxo de caixa e continuidade de pagamentos”, diz Vicente Guimarães, CEO da VG Research..
Para um perfil mais arrojado, com foco em retornos, a recomendação do profissional é dividir o capital em 40% em FIIs, 40% em ações e 20% em renda fixa. “Se quiser sofisticar ainda mais, dá para balancear com ações internacionais e fazer um 35/35/20/10 (%)”.
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